Ahhhh!!!! As bexigas verde-amarelas, o contraste entre a vergonha e o civilismo!!!!!!
A compreensão divide opiniões, o radicalismo se expõe nos nós mais íntimos. De repente, surgir com ideal transmudado em um simples fotografia colhida num site significa vibrar em sintonia alienígena. Não! Sou brasileira, visto verde-amarelo, continuo com a mesma bandeira que representa o meu país! O verde-amarelo é minha bandeira, com o azul do céu de anil e o branco da ordem e do progresso. Este verde-amarelo não é um partido; é o meu país traduzido em cores, independentemente do credo e da raça, pois o meu país é tudo isto misturado, são cores e ideais paralelos e sem identificação preliminar, já que são similares e parentes, iguais na variedade de simbologias e crenças sem o absoluto das raízes.
Quem foi que disse que verde e amarelo são cores da manifestação pessedebista? Quem foi que disse que, sendo petista e coadunando com os ideais trabalhistas tenho que fazer minha bandeira diferente daquela que é de uso e costume do meu povo? Sou brasileira e uso coisas feitas no meu Brasil. Busco roupas , acessórios e bebidas feitos no meu país. Vinhos? Bebo-os brasileiros . Roupas ? Bárbaras, lindas e brasileiras . Acessórios? Bolsas? Sapatos? Brasileiros. Sou brasileira , amo o meu país e faço questão dele em todos os meus melhores e piores momentos. Se e quando viajo, é para conhecer o que há de lindo em outros países, sua história e seu colorido, seu cotidiano e suas lutas. Nada há em mim que desabone o meu pedaço de chão, meu espaço onde recrio minha vitalidade e meus anseios de que minha terra se torne um país rico de sua própria cultura.
Ao expor Dilma e Lula numa foto de perfil e ser tolhida socialmente ( embora com muita delicadeza por parentes e amigos), resolvi fazer desta situação uma brincadeira onde os valores estariam envolvidos. Recebi mensagens de intolerância, então, com claras induções para que eu mudasse minha opção de voto. Ao ler cada mensagem, identifiquei os sintomas próprios do radicalismo que me impingem como petista. Com a sobriedade de que fui capaz e com a qual sempre me pautei em todas as manifestações a favor ou contra na política atual, descobri que todas as vozes que me execraram como radical eram muito mais radicais do que me imaginavam!!! Porque, naturalmente, o fato de eu ter mudado minha foto para balões verdes e amarelos não queria dizer absolutamente nada, a não ser que continuo com a minha opção para um país que considero mais próximo do sonho que tenho. Repito : verde-amarelo-azul e branco são as cores da nossa bandeira.
Em nada mudei meus conceitos, pois eles estão fundamentados em bases que vão além do surto corruptivo, econômico e social. Falei muitas vezes em ciclos, mas falo outra vez e falarei mil outras vezes, pois o mundo não pode ser visto como uma engrenagem que só tem uma direção. Gosto muito de estatísticas porque, como sou leiga em tudo, na grande maioria acerto o meu conceito quando as encaro. Enxergo a minha leitura do mundo nelas. E acabo acreditando que tenho razão.
Não voto no Aécio porque ele não é um Fernando Henrique Cardoso. Sou petista, mas não radical. Não falo mal de pessoas, não diminuo a autoridade que elas possuem, não faço pouco caso da ordem geral e da posição que cada um ocupa no cenário brasileiro. Respeito faz parte de um processo longo, em que os olhos enxergam além do propósito puramente pessoal, de amplitude no espaço onde não existe só o "eu". Do pedestal de radicalismo onde me colocaram pelo simples fato de seguir um partido desde a sua fundação, assisti aterrorizada a situações de extremada histeria para uma sinalização hipotética de mudança, onde o anjo estaria contrapondo o demônio na disputa eleitoral. De onde partiu esta idéia extraordinária de que Aécio é melhor para o Brasil? Quem foi que tirou da cartola que o Brasil é o pior país do mundo? E não adianta virem com conversas prontas de que " só eu que não enxergo" . Tenho lido ( e sempre li ) pessoas muito capacitadas que pensam exatamente como eu e, como são capacitadas, citam dados que corroboram cada pensamento que tenho com relação à pobreza, à economia, à sociedade como um todo. Já disse que meu diploma fui eu que fiz, mas cada ponto que repasso é um ponto pensado não só em mim e na minha conveniência, mas no geral que envolve uma população.
Voto na Dilma porque ela transpira seriedade e sobriedade. Gosto do Lula porque o considero um líder nato, de uma inteligência ímpar, lutador de causas justas. Meu verde-amarelo concentra estas miudezas, estas vagarezas por onde o Brasil se arrasta e cresce nestes quinhentos anos de solidão e descaso. Acredito na hombridade da dupla para seguir com um projeto que trará muita dignidade ao meu país. Crer é muito sério. Crer é esperar o momento certo e não esperar o impossível em momentos impossíveis.
E esta crença não está aqui para diminuir ninguém. Não desmereço a vontade férrea da "mudança" que a grande maioria preconiza, muito menos divirjo dos votos que vão torcer para que esta mudança chegue, a fim de favorecer uma população cansada da corrupção. Também não quero corrupção. A corrupção atinge os porões da sociedade e corroem sua estrutura. Mas ela existe, sempre existiu e existirá ainda por um tempo. A corrupção denigre e isola, humilha e desarticula os anseios do homem na sociedade. Mas ela existe, pois que o homem existe. A capacidade do homem se aventurar pelo poder é diretamente proporcional a sua capacidade de não se apoderar do poder. Exigir que a demanda de poder seja diretamente desproporcional à capacidade de se eximir da aventura pelos ganhos do poder é então imaginar que teremos algum tempo até que a sociedade como um todo passe a se manifestar com dignidade e respeito, exigindo seus direitos e trabalhando seus deveres. Ainda agimos como aquele ditado difícil : " faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço..."
Estas lindas bexigas voadoras, verdes, amarelas, num lindo céu de anil, representam a minha fé, o meu ideal, o meu sonho. Passos foram dados e eu quero mais, quero agora ferrovias, quero mais escolas, quero fazer meus exames no SUS, quero ser como todos e quero que todos vivam como eu vivo.
Gostaria que as pessoas vissem o que vejo, que houve uma grande mudança e que a corrupção só está sendo vista com tal expressão hoje, porque foi veiculada e seus executores têm sido presos e estão pagando pelos seus malfeitos. Pouco importa que sejam do PT, PSDB, PTB, PSB, PR, PP ou PQP, importa que sejam punidos os que advogam em causa própria na pequena arte de corromper ou ser corrompido.
Radical é aquele que insufla mentiras, que não dialoga, que não entende a idéia do próximo. Radical é aquele que troca ofensas e semeia o rancor, que grita palavras de ódio ou denigre a imagem pessoal de um representante escolhido pelo voto do povo, numa democracia em sua plena vigência. Assim ocorreu na abertura da nossa Copa, com o estádio inteiro gritando para a Presidente da República que ela fosse tomar sei lá onde. Numa ditadura qualquer, muitos estariam sumidos depois deste episódio devastador de falta de educação.
Estas lindas bexigas voadoras não são a minha fé, nem meu desespero , nem minha moda de torcer a favor ou contra um candidato ou outro. Elas são o poder de acreditar que, mais uma vez, as coisas se desenrolarão como sempre se desenrolaram - de acordo com a compreensão de cada um. E - posso dizer? - ninguém é melhor que ninguém. Não me considero melhor que ninguém, mas também não considero ninguém melhor do que eu. Cada um é o que é pelo que aprendeu, pelo que viveu, pelo que acumulou de conhecimento durante o espaço de vida que teve.
Voto na Dilma porque aprendi a enxergá-la como uma mulher de fibra, por tudo que tem enfrentado nos últimos tempos. E acredito que, se for o caso de ser eleita para o segundo mandato, vai fazer um belo governo.
Governos ditatoriais de esquerda ou de direita não se expõem à execração pública, como este tem sido exposto. Governos que manipulam meios de comunicação não deixam seus nomes de primeiro ou outros escalões serem esmiuçados em escândalos e supostas conspirações. Escrever é muito sério. Cada palavra escrita fica gravada e não se vai com o vento. A revista Veja extrapolou todos os limites do bom senso trocando uma palavrinha aqui, outra ali, fazendo um trabalho de jornalismo-terror. Usou e abusou de adjetivos abjetos, trazendo a ironia para o cotidiano das pessoas naquele jornal barato da internet em que Rodrigo Constantino faz o seu teatro maldoso. As pessoas falam o que querem, mas ficam marcadas pelo que dizem.
Como cada um de nós, quero o melhor para o meu país. O meu jeito de pensar talvez não seja ( creio que nunca foi ) o mais adaptável às crenças vigentes. Mas acho muito bom trocar idéias e aprender, sempre. Meu mote é este.
25/10/2014